No universo da saúde feminina, o autoexame de mamas muitas vezes é uma prática negligenciada. Surpreendentemente, estima-se que apenas 4% das mulheres o realizam mensalmente (World Wide Breast Cancer, 2017). Se olharmos para as estatísticas, esse dado é preocupante, onde, nas gerações anteriores, questões relacionadas às mamas eram consideradas um tabu. No entanto, hoje queremos quebrar esse ciclo de desinformação e chamar a atenção de todas as mulheres da nossa comunidade para transformar o autoexame em um hábito. Neste artigo, veremos a importância do autoexame, detalhando como e quando realizá-lo.

A importância do autoexame de mamas

O câncer de mama é o tumor maligno mais comum diagnosticado em mulheres em todo o mundo e, embora as estatísticas possam ser alarmantes, é uma doença com alta taxa de sobrevivência quando detectada em estágio inicial (American Cancer Society, 2023).

Apesar de a idade ser um fator de risco importante para o câncer de mama, mulheres jovens também podem enfrentar anomalias malignas. De fato, mais de 200.000 casos são diagnosticados no mundo em mulheres com menos de 40 anos (World Wide Breast Cancer, 2017). É aqui que a prática do autoexame de mama se torna especialmente relevante.

Sabe-se que, a mamografia, embora seja um exame eficaz para a detecção de tumores mamários, é limitada a um grupo específico de mulheres adultas, geralmente com mais de 40 anos. Isso ocorre porque a densidade mamária em mulheres jovens é tão alta que dificulta a visualização de anomalias. Portanto, recomenda-se que, em certos casos, mulheres com menos de 40 anos realizem ultrassonografias mamárias anuais e pratiquem o autoexame mensalmente.

Realizar o autoexame de mamas regularmente permite que as mulheres conheçam seus corpos e detectem qualquer mudança suspeita, como nódulos, inchaço ou dor. Essa prática simples pode fazer a diferença na detecção precoce e no tratamento bem-sucedido do câncer de mama.

O autoexame e o ciclo menstrual estão mais relacionados do que parece. Isso ocorre porque a densidade mamária não é alterada apenas pela idade, mas também pela fase do ciclo em que você se encontra.

O ciclo menstrual envolve flutuações hormonais, principalmente de estrogênio e progesterona, que afetam a densidade mamária e a sensibilidade dos seios. Por isso, é melhor realizar o autoexame quando as mamas não estão alteradas pelos hormônios, ou seja, logo após a menstruação. Nesse período, os seios tendem a estar menos sensíveis e menos inchados, facilitando a detecção de possíveis anomalias.

Além disso, realizar o autoexame em um dia específico do seu ciclo menstrual permite estabelecer uma referência para comparar as mudanças nas suas mamas de um período a outro. Isso é essencial para diferenciar entre variações hormonais normais e possíveis sinais de alerta.

 

Realize o autoexame de forma eficaz

1. Onde? Você deve palpar a área das mamas, axilas e pescoço.
2. Como? Use as pontas dos dedos para realizar movimentos sobre toda a superfície da mama, em diferentes direções e níveis de pressão.
3. Recomendamos realizar o autoexame no chuveiro e em frente ao espelho. Durante o banho, o sabonete pode ajudar a suavizar a pele e melhorar o toque ao examinar as mamas. Por outro lado, em frente ao espelho você pode examinar visualmente mudanças em suas mamas. Alguns dos sinais de alerta a serem observados são:
   
4. O que devo sentir? Muitas mulheres têm dúvidas sobre como um tumor deve parecer ao toque, devido à falta de informação sobre o autocuidado. Uma anomalia na mama geralmente se sente dura como uma pedra e fixa, sem se mover ao toque.

 

Conclusão

Convidamos você a incorporar esse hábito em sua rotina mensal e compartilhar essa mensagem com sua família e amigas, pois você pode estar salvando uma vida. A detecção precoce é, sem dúvida, a melhor ferramenta contra o câncer de mama.